Este ano comecei fazendo inúmeras promessas, como você que agora lê este texto também fez e talvez como eu já tenha fracassado, esquecido ou desistido de mais da metade delas.
Desejei mudanças, senti que é o momento, que preciso delas para poder viver por pelo menos mais 40 anos.
Mas existem momentos em que não adianta só desejar é preciso agir, e isso não é fácil, ainda mais se nossas ações envolvem sentimentos, sentimentos que nasceram, cresceram e em alguns casos morreram, em outros simplesmente adormeceram e quem sabe um dia acordarão para nos lembrar que só ficaram esperando o momento certo de reaparecer.
Porque será que todos os anos começamos assim, querendo mudar?
Eu penso que é porque temos a necessidade de amanhã, sermos e nos sentirmos melhores do que fomos ontem. E para isso temos que mudar, mudar o que ou o quanto comemos, mudar o cabelo, mudar o estilo, mudar de cidade, mudar de emprego e quantas outras mudanças poderiam ser aqui listadas.
Eu, felizmente já consegui algumas mudanças, entre elas a de conseguir sair dos três dígitos na balança, isso me aterrorizava. Ainda mais depois de ter passado um susto neste ano, fui parar no hospital, lugar que só vou quando realmente sei que não terei como evitar. Tive uma crise de stress, junto com uma cefaléia em salvas (uma dor de cabeça muito forte, os olhos ficam vermelhos como se estivessem sangrando e desejando pular para fora), junto com isso dores no peito, contrações involuntárias das pálpebras, músculos do braço e o meu dedinho, este parecia que estava com mal de Parkinson.
É, as vezes só mudamos por que passamos por sustos, ou será que eles acontecem como uma resposta automática do nosso corpo exigindo que as mudanças realmente aconteçam? Será que temos que sofrer decepções para tomar coragem para mudar? Não!
Sei que é preciso continuar o meu processo de mudanças, de arrumar a vida, e agir não é tão fácil quanto escrever um texto como este, afinal tudo o que aqui eu digitar será aceito, mas a vida não aceita tudo tão fácil assim. Não posso simplesmente voltar atrás na minha vida usando o Backspace do teclado, ou apagar o que não quero mais teclando Del ou fazer correções no que passou como quando peço ao Word para verificar a ortografia deste texto. A vida se mostra como uma antiga máquina de escrever, em que a cada novo dia colocamos uma folha em branco, e se erro e tento corrigir vou deixar marcas, as vezes pequenas, outras grandes, mas também não dá para simplesmente amassar, jogar fora e começar tudo de novo.
Amanhã, eu e você vamos receber uma folha em branco para escrevermos o nosso dia. O que será que vamos escrever? Que conseguimos mudar? Que cometemos alguns dos erros de ontem e deixamos marcas tentando corrigir ou ficar parado e deixar a folha em branco, vendo o tempo passar?
Não quero uma folha em branco, quero uma folha que mostre que tentei, cheia de marcas, e quem sabe um dia escreverei uma sem erros.
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