Nestes momentos em que paro para pensar nos trágicos acontecimentos que vemos todos os dias nos telejornais, percebi que muito se fala dos fatos, mas existem inúmeras lições encobertas nas reportagens e que me fizeram pensar sobre quais são os valores que estamos preservando e ensinando, e aqui ensinar entenda pela melhor forma de ensinamento, o exemplo.
Na tragédia do Japão, vi que o governo escondeu enquanto pode a real situação do vazamento nuclear – mau exemplo em um país que preza pela honra, tradição - mentir.
Penso nas pequenas crianças que muitas vezes são instruídas pelos pais a falarem pequenas mentiras: “Diz que não estou”, “Diz que estou ocupado” e assim por diante. Estas crianças crescem acreditando que estas pequenas mentiras são coisas comuns e passam a praticá-las, fazendo assim nascer uma geração desacreditada em reais valores que edificam: verdade, honra, respeito, confiança e outros tantos.
Mas por outro lado vi no Japão, durante a distribuição de água potável, algumas pessoas que poderiam retirar até seis garrafas pegavam apenas três ou quatro e diziam ser suficiente, pediam para dar as outras garrafas a alguma família mais necessitada – bom exemplo, demonstra a consciência de utilização dos recursos, da dimensão das necessidades e principalmente, a noção de que todos daquele país precisam de ajuda, momento de ser econômico e solidário.
Vi a tragédia em Realengo, no Rio de Janeiro - a explosão de alguém perturbado emocionalmente, que sofreu humilhações, foi minorizado e guardou seus rancores, se tornou prisioneiro de si mesmo, até que em um momento de explosão e fúria fez a inédita e maior tragédia em uma escola em nosso país – mau exemplo: da sociedade ao sentir prazer no bulling e da pessoa em descontar nos outros o que passou, praticar a vingança.
Aqui cabe um questionamento sobre valores. Nas principais revistas nacionais da semana do fato a capa estampava a foto do assassino, não do herói que entrou na escola e conseguiu parar o indivíduo que estava a caminho de cometer mais atrocidades. Em uma dessas revistas nem se faz menção a este policial. Pergunto: o que deveria ter recebido mais atenção, o herói ou o bandido?
Eu tenho minhas falhas, algumas que vejo e tento corrigir e outras que não enxergo, mas espero que consiga um dia enxergá-las e assim iniciar um processo de correção, pois o importante é amanhã ser melhor do que fui hoje.
E você, ao que tem dado valor? Aos bens materiais? Ao status na sociedade a qualquer custo? A um cargo elevado? Ou tem sem preocupado em ser uma pessoa melhor?
"O importante é hoje ser melhor do que fui ontem". - Eu mesmo