terça-feira, 29 de novembro de 2011

Enfim 40...

Eis que chegou o dia... a exatos 40 anos atrás, ás 10h40 do dia 29/11/1971, em uma segunda-feira, no Hospital e Maternidade São Paulo, nascí...
Parece que foi ontem a minha infância, apesar de não me recordar muito dos meus primeiros anos, mas lembro que o tempo passava bem lento e nunca chegava aos sonhados 18 anos, mas quando enfim chegou, passa a ser assustadoramente rápido e aqui estou, fazendo 40.
Parece que foi ontem, quando tinha 13 anos e estava me formando no primeiro grau, depois fui cursar química e eletrônica, até me definir pela informática, com a qual já dava meus primeiros passos desde os  11 anos  - isso em uma época que cursávamos o segundo grau técnico, ou como alguns preferem, profissionalizante.
Parece que foi ontem, quando completei os 18, conquistei a sonhada carteira de motorista, acabaram-se as restrições por até então ser um menor, fui me preocupar com alistamento militar, qual curso da faculdade tentar, arrumar um emprego, comprar o primeiro carro, trabalhar de dia e estudar de noite, enfim, brotavam sonhos e com isso o tempo não passou, vôou.
Parece que foi ontem que consegui meu primeiro emprego, fui ser um office-boy, assistente administrativo, mas não durou muito e logo fui fazer um estágio para garantir minha formação técnica. Aí tive a opção de ser um digitador terceirizado na IBM ou um programador trainee em outra empresa, escolhi a programação, talvez uma das decisões que vou passar o resto da vida perguntando  “E Se”?  Fiquei naquele emprego por 17 anos...
Depois veio a primeira faculdade, as aventuras com os colegas, os relacionamentos, problemas do dia a dia, a perda de minha mãe..., o trabalho em vários clientes e cidades, aumento das responsabilidades, a rotina de viver, um dia após o outro.
Parece que foi ontem que conheci minha esposa (02/1995), que começamos a namorar, que nos casamos (12/2001), que minha primeira filha nasceu (04/2004)... mas ontem mesmo foi o nascimento da minha segunda filha (02/2011), mas não... espere um pouco,  já se passaram mais de 9 meses, tempo suficiente para que uma nova vida tivesse tempo de ser fecundada, se desenvolvesse e já tivesse nascido... é, não foi ontem.
Neste dia em que completo meus 40 anos, a famosa fase do ENTA, vejo tudo isso como um filme rápido em minha mente, ora drama, ora comédia, ora ensaio, ora fantasia, ora realidade, ora alegria, ora dor...
Muitos dizem que a vida só começa aos 40, e começo novamente a pensar o por quê? Acho que é agora que tenho tempo e condições de fazer coisas que desejei e até então não havia feito. Ví alguns amigos comprarem motos para passear no final de semana, uma casa de praia ou campo, realizarem a viagem dos sonhos, comprarem o brinquedo que sempre desejaram na infância e nunca tiveram, e isso tudo talvez explique o  início desta  “nova vida”, conforme o dito popular.
Acho que é tudo isso e algo mais, o aprendizado do tempo... de conquistar a paciência, o discernimento, de esperar a hora certa, de se preocupar com a saúde e alimentação...
Quase 40 não, 40 e agora? Agora a vida continua para mim, não começa porque não quero esquecer o que já vivi, quero viver pelo menos outros 40... , mas não para ser apenas mais um, mas ser único...
Momentos da comemoração - Khan el Khalili - Casa Egípcia
"Os primeiros quarenta anos de vida dão-nos o texto; os trinta seguintes o comentário." - Artur Schopenhauer

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Um presente sem preço

Minha filha mais velha já é bem esperta, descobriu que o papai noel sou eu, que coelhinho não bota ovo, entre outras coisas. Mas o que mais me surpreendeu foi ao conversar com ela sobre o dia das crianças, o que faríamos e qual presente ela queria, obtive a seguinte resposta: - Papai, eu quero um dia inteiro com você de presente, e você vai decidir o que vamos fazer, será surpresa.
Passado o choque de um pedido inesperado desses, e ao mesmo tempo consternado e reflexivo sobre a importância, atenção e carinho que tenho dispensado as minhas filhas, me coloquei a planejar o dia das crianças.
Depois de um roteiro mais ou menos traçado, chegou o grande dia. Saímos de casa cedo, fomos tomar café da manhã em uma padaria,  com aquele buffet enorme, cheio de opções. Alimentados, fomos ao parque, decidi não ir ao Parque do Ibirapuera imaginando que lá estaria um caos, fui ao Parque Vila Lobos. Acho que todos pensaram como eu, enfim foram 30 minutos na fila do acesso, decidi pagar um estacionamento e ganhar tempo pois previa mais uns 30 minutos atrás de uma vaga.
Aí fomos alugar uma bicicleta daqules “família”, em que tem um banco para duas pessoas pedalando e na frente outro banco para duas crianças, mais 45 minutos de  fila e finalmente estávamos passeando pelo parque. Após terminar uma volta completa pela ciclovia (3,5 Km) em baixo de um sol quente – a sorte é que a bicicleta tinha teto – pausa para um sorvete a sombra de uma arvore, tomar uma agua de coco e fomos para segunda volta. Quase no final ela me pede mais uma volta, e como bom pai, completei meus 10,5 km de pedaladas... Ainda fomos à estação ecológica do parque e depois fomos almoçar.
Mas o que isso tudo tem a ver com o “Quase 40”, motivo deste blog?
Tem a ver com a importância do que fazemos aos nossos filhos. Temos que ter inteligência para dividir o nosso tempo para o EU, mas principalmente, atender as necessidades destes pequenos humanos que colocamos no mundo. Dar-lhes a atenção, carinho, tempo, lazer e o que for necessário para que não sintam falta de algo e acabem buscando, mais cedo ou mais tarde, com pessoas ou lugares que nenhum pai gostaria de saber que seu filho estaria.
Encontrar tempo para nós mesmos não é fácil, ainda mais tempo para os filhos, mas existe uma coisa que não tem preço, receber um abraço, vários beijos no final do dia e escutar: - Pai, hoje foi o melhor dia da minha vida, você foi meu um dia todo, obrigado por me fazer feliz!
O que você tem feito com o seu tempo? Estou reaprendendo a utilizar o meu.

"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis." Fernando Sabino